"Eis que" é mais uma expressão utilizada, muitas vezes, de forma inadequada pelo operador do Direito, a exemplo do que ocorre com as palavras fundiários e vislumbrar.
O que significa "eis que"?
"Eis que" é uma locução adverbial que, segundo o Dicionário online, significa "de modo inesperado, súbito, repentino; sem que ninguém soubesse; subitamente, inesperadamente: eis que surge uma cobra na estrada".
Porém, muitas vezes, "eis que" é utilizado com o sentido de uma vez que, visto que, pois, porque, etc.
Como adverte o professor Adalberto J. Kaspary
Não constitui bom português o emprego de eis que, de vez que ou vez que com sentido causal, como sinônimos de já que, visto que, uma vez que, porque, porquanto, etc. (livro Habeas Verba: Português para juristas, 8ª ed., Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2005, p. 89-90).
Quando utilizar a expressão "eis que"?
"Eis que" deve ser utilizado, portanto, como sinômino de inesperadamente, subitamente, imprevisto.
O professor Adalberto salienta ainda que
Já que existem tantas formas corretas, genuínas, não há por que lançar mão de expressões menos puras, sem qualquer tradição no idioma culto.
Assim, deve-se sempre utilizar as expressões já que, visto que, uma vez que, porque, porquanto, etc. com sentido causal ou explicativo, deixando o uso da expressão "eis que" apenas para a hipótese de de surpresa ou imprevisto, como nessa frase: "nesse momento, eis que se apaga a luz".
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